Turismo aposta em recuperação no segundo semestre com viagens remarcadas e promoções

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Turismo aposta em recuperação no segundo semestre com viagens remarcadas e promoções

Fronteiras fechadas, voos cancelados, hotéis e atrações turísticas parados. A pandemia do novo coronavírus teve efeitos graves para o setor de turismo. Segundo dados da Abav Nacional (Associação Brasileira de Agências de Viagens), a taxa de cancelamento de viagens, em março, chegou a 85%.

Mas enquanto empresas e profissionais contornam as consequências, o setor segue de olho no futuro – mais especificamente, no segundo semestre de 2020.

Segundo a agente de viagens e supervisora do curso de Turismo do Centro Europeu, Raquel Pasini, o mercado tem projetado a retomada no segundo semestre, quando houver a reabertura da infraestrutura de atendimento ao turista. “As agências não estão sugerindo que as pessoas viagem porque pode não dar certo. Agora, estamos projetando esse mercado aquecido para o segundo semestre e final do ano”, explica.

Segundo ela, o setor deve voltar aquecido principalmente porque houve uma mobilização do mercado pelo adiamento das viagens. Mobilização motivada, entre outros fatores, pela impossibilidade de fornecedores arcarem financeiramente com os cancelamentos.

“As pessoas não querem deixar de viajar, havia viagens marcadas. Agora, todos vão esperar passar para poder rever datas e remarcar no segundo semestre. Assim que a pandemia estiver controlada e as pessoas voltarem a viajar, vai ter toda essa demanda de remarcação”, projeta.

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Ainda de acordo com Pasini, dois fatores devem marcar esta volta: os destinos nacionais e as promoções. As promoções, segundo Raquel, devem ajudar a reaquecer o mercado na retomada. “É algo que atrai as pessoas, para viajar novamente. Já há companhias aéreas com tarifas interessantes”, exemplifica.

Já os destinos nacionais podem surgir como uma opção mais em conta após a crise econômica gerada pela pandemia. “A gente tem acompanhado o cenário internacional e o impacto no turismo está sendo grande. Provavelmente, esse retorno vai ser lento, porque existem todas as variáveis para a pessoa investir em uma viagem. Então pode ser que direcionem as viagens para o Brasil”, conta.

Mas, por enquanto, a dica é aguardar e confiar nos profissionais do mercado para o planejamento, evitando problemas. “Sugiro marcar após agosto. Acredito que as viagens nacionais e internacionais já estarão normalizando”, afirma Pasini.

Profissionais da área devem ser valorizados

Segundo Pasini, apesar do momento de preocupação, os profissionais da área podem ter um saldo positivo após a crise. “A gente acredita que o agente de viagem vai voltar ainda mais forte. Porque quando se compra na internet, quando tudo funciona, é fácil. Mas na hora de resolver um problema sério, como este, as pessoas realmente têm dificuldades. Quem estava com agência de viagem, teve apoio para resolver tudo”, conta.

Pasini destaca a importância desse amparo oferecido por empresas e profissionais da área em momentos de crise.

“A agência tem um canal de contato privilegiado com os fornecedores. Recebemos, desde o início da pandemia, informativos das políticas das companhias aéreas, possibilidade de adiamento, isenção de multas. Então dentro do nosso mercado isso fluiu naturalmente, a gente conseguiu lidar com esses problemas de uma forma técnica, a gente tinha os canais para resolver”, afirma.

O setor do turismo

Segundo dados do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) e Oxford Economics, em 2018, o turismo representou 10,4% da atividade econômica global. Foram 319 milhões de novos empregos e um valor movimentado de US$ 8,8 trilhões. Se fosse um país, o turismo teria o terceiro maior PIB do mundo, ficando atrás dos Estados Unidos (US$ 20,6 trilhões) e China (US$ 11,5 trilhões).

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